Startup Weekend pela terceira vez
O que eu aprendi depois da minha terceira edição
Toda vez que uma pessoa participa pela primeira vez de um evento como o Startup Weekend ela diz que existe uma versão dela “antes” e uma versão “depois” do evento. Será que é possível ter essa mesma sensação após já ter participado de nem 1, nem 2 mas sim 3 vezes do evento?
Vou falar um pouco sobre isso e algumas percepções que se tem quando não se é tão experiente mas também não tão novato no evento.
Para fim de situar no tempo, eu estou falando da edição Survivor do Startup Weekend Chapecó, que ocorreu nos dias 28, 29 e 30 de Abril no Pollen Parque Científico Tecnológico na cidade de Chapecó.
A terceira vez ainda se parece com a primeira
A SW é um evento de empreendedorismo e inovação, porém acima de tudo é um evento feito por pessoas e para pessoas. As pessoas são diferentes e baseado no ambiente (nesse caso, o grupo em que você escolheu para participar) você terá experiências diferentes.
A terceira vez ainda se parece com a primeira pois aquele frio na barriga sempre vai existir. O desconhecido sempre bate a porta durante um SW. Seja por se juntar a um grupo de pessoas que você sequer conhece, por abraçar uma ideia que você nunca tinha visto antes ou por conhecer um mentor do qual você nunca tinha ouvido falar, o Startup Weekend sempre vai tirar seus participantes de uma eventual zona de conforto.
Esse comportamento se repetiu para mim, carregado desse suar frio e a vontade de tentar fazer algo novo e diferente.
Você precisa deixar as pessoas errarem
Dessa vez eu era o único participante do meu time que já havia participado da imersão, por isso eu não podia ser a pessoa que ia estragar a experiência dos outros.
Havia horas em que eu já sabia o que estava pra acontecer, já sabia o que os mentores iam falar e como deveríamos reagir como grupo para progredir com o projeto.
Porém eu escolhi me segurar e ficar quieto na maioria dessas vezes. Acredito que esse tem que ser um momento em que um grupo tem que lidar com os desafios da mesma forma que seria na vida real. E na vida real nunca vai ter alguém no grupo que vai prever os próximos passos com exatidão.
Também acredito que errar é a melhor maneira de aprender. O final de semana do evento foi feito pra testar, validar, e se não der certo, pivotar a ideia. É nesse momento de tensão que o grupo tem que tomar as decisões mais importantes. A surpresa do que vai acontecer faz parte do aprendizado e eu não podia estragar isso.
Fazer um pitch continua sendo difícil
Não tenho muito o que falar nesse quesito, ainda é algo que eu preciso trabalhar.
Não é segredo que comunicação é essencial e fazer isso para um grande público é um diferencial para quem domina. Fico feliz de ter sido escolhido pelo meu grupo mais uma vez para fazer o pitch, por terem me escolhido como liderança mesmo quando nem eu me via como tal. Mas também reconheço que tenho muito o que aperfeiçoar nesse ponto.
O ego é seu inimigo
Ao longo do torneio você precisa saber lidar com o seu ego.
Ao longo dos dias você já passou por muitas coisas: já entrevistou várias pessoas, teve várias ideias negadas, teve suas esperanças destruídas pelos mentores e por muitas vezes duvidou que seu grupo ia de fato conseguir entregar um bom trabalho no final.
Porém vocês conseguem, entregam um bom trabalho apesar de todas as circunstâncias desfavoráveis e vocês se sentem muito satisfeitos. E é normal que quando são anunciados os vencedores você pense “mas o meu é bem melhor” ou até mesmo “nós nos esforçamos muito mais do que eles”. O que não é normal é esse sentimento continuar, e nisso o evento acerta muito bem em ter o seu after.
No after você conversa com pessoas, entende o que eles passaram enquanto você estava afundado em trabalho e começa a perceber que independente do resultado final, qualquer um seria merecedor de uma premiação.
O verdadeiro prêmio está na evolução pessoal, e é muito importante manter cuidado para não deixar seu ego afetar isso.
Resiliência para continuar tentando ou síndrome do impostor por ter perdido mais uma vez
Apesar do evento não ser uma competição, é inevitável entrar querendo ganhar. Ganhar o evento, levar um troféu pra casa é o maior reconhecimento que se pode ter após as 54h tão intensas de um SW.
O que fica pra quem ganha é a realização, mas o que sobra para quem não atinge esse pódio?
Isso vai de cada participante e a maneira em que ele aproveitou o final de semana. Alguns fazem networkings que se convertem em contratações. Alguns têm seus pontos fracos expostos e aprendem o que precisam melhorar. Outros podem se traumatizar e nunca mais quererem voltar ao evento pois aquela loucura toda não é pra eles.
Como eu disse, o Startup Weekend tem muito a ensinar e isso vai depender de cada participante e de sua experiência individual. Esse foi um relato da minha terceira participação. Foi um texto muito legal de escrever e espero ter conseguido passar algo para quem leu. Espero vocês no relato da quarta edição, ela promete e vai ser bem mais interessante e inusitada do que essa!